Um caboclo da lavoura Com a mão cheia de calo Saiu do estado de minas Com destino pra São Paulo Foi visitar seus parentes Que há muito tempo não via Morava na capital Bairro de vila Maria Foi na estação da luz Quando o trem ia chegando Dentro do vagão um homem Parou o guarda, foi gritando Roubaram a minha carteira Dentro tinha um milhão Os guarda cercaram o trem Para prender o ladrão Todos que estava no trem Seu documento pedia Chegou a vez do caboclo De nada ele sabia Por não ter o documento Os guarda foram obrigado Levar pra delegacia Pra falar com o delegado Na frente do seu doutor Ele pegou a falar Eu não tenho documento Porque não pude tirar Desde o tempo de criança Que eu só vivo trabalhando Fui criado na enxada Arroz e milho plantando Delegado nesse instante Abraçou o lavrador É desse tipo de homem Que o Brasil precisou Respondeu pro delegado O caboclo da enxada O meu maior documento É a minha mão calejada