Um boteco velho Bola de bilhar Ciência de beco É guitarra a tocar Parece que alguém Mordeu Tio Sam Comeu overdrive Jantou rolimã Aquece o pandeiro Dá tapa na fuça Esquenta o gogó Com bebida russa Belisca o Leminski Antes de almoçar E se joga na rede Pra recomeçar Um pedaço dele Um pedaço dela A carne de deus Sangue da favela Face de cowboy Olhos de Iansã Solos vermelhos Rasgando a manhã Passarin rebenta a casca Pula do ovo piando Estufa o peito, penugem trocando Urubu não sabe cantar Sabe que o seu doce sonho Canário vive cantando. Dizendo "é um engano, urubu não sabe cantar" Mas eu canto porque razão assim não há Primeiro instante de vida Um berro, um canto, um trago de ar.