Tua afastasses de mim, mulher fingida Mas com desprezo todos olham pra você E arrastada na triste lama da vida De déu em déu vai andando até morrer Por quantas vezes eu chorei, mas foi em vão Só por pensar que era triste o seu fim Você vivia na taça da ilusão Se gargalhava sempre lembrando de mim Hoje vive abandonada pela rua Sempre andando não tendo onde parar Foi destruído nosso lar por culpa tua E hoje chora sem poder se consolar E um tango à meia-noite aconselhava E um disco que girava lentamente Tu caíste na ilusão da luz vermelha Teus carinhos já pertence a outra gente Nas madrugadas calma e fria de neblina Fica vazia aquela sala de ilusão Os seus amigos se escondem na cortina Sobre a mesa só se vê algum tostão Por esta ninguém mais te leva a vida Por piedade alguém lhe dá o pão Tu desprezaste quem te chamou de querida Na sepultura pagarás tua traição