À frente de uma varanda Eu descalço os sapatos Até que vejo uma moça E, sem pensar, eu grito-lhe Hey! Não o faças! Espera um pouco, o que é que eu disse?! Eu também não quero saber! Contudo, é tão esquisito Alguém chegar antes de mim Ouvi as suas tristezas Todas elas super cliché Eu pensava que ele era o tal Mas não me ama, afinal Oh, por favor! Meu, a sério?! Não acredito que por esse motivo estás aqui antes de mim! Isso é birra, só porque não tens o que queres! Tens muita sorte que nunca te roubaram nada! Obrigada por ouvires, já estou melhor A rapariga então desapareceu Hoje é o dia!, eu pensei E os sapatos descalcei Até que vi uma moça Baixa, e de cabelos longos Ouvi as suas tristezas Todas elas super cliché A sociedade é tão cruel E ninguém quer saber de mim Oh, por favor! Meu, a sério?! Não acredito que por esse motivo estás aqui antes de mim! Tens muita sorte que, quando chegas a casa Há comida na mesa e pais que cuidam de ti! Eu tenho fome, disse a moça Então, foi-se embora e desapareceu Na varanda, sempre alguém ia saltar Mas eu fi-los pensar, eu fi-los recuar Só que nunca houve ninguém que fizesse isso comigo Há demasiada dor Mas, desta vez, algo mudou Quando os sapatos descalcei Uma moça de óculos Tinha as mesmas mágoas que eu Estou farta da dor que cresce Sempre que chego a casa É por isso que estou aqui Foi o que a moça me disse Espera, o que é que eu fui dizer?! Eu também não quero saber! No momento, vou e grito Algo que não acredito Hey! Não o faças O que é isto?! Meu, a sério?! Não acredito que pela primeira vez não te consigo parar! Oh, por favor, despacha-te, não olhes p'ra mim A tua expressão facial é horrível demais! Hoje não é o melhor dia Ela virou-se e desapareceu À frente de uma varanda Olho p'ra baixo e penso Hoje vai dar tudo certo Ninguém me vai interromper Descalço os meus sapatos Tiro do rosto os óculos Esta rapariga baixa Salta e é, então, livre