Se a morte me tira a magoa prefiro viver magoado Meu cantar apaixonado tem a vida como amante Se acaso eu morrer distante da pampa que vivo a cantar São Pedro Porteiro do pampa divino Me guarde um cantinho pra quando eu chegar. Falado: Não tenho medo da morte quando chegar o meu dia Partirei com alegria por que na véspera ninguém morre E como um pingo que corre e o ginete roda o freio Se despedindo do pampa e abandonando pra sempre o areio. Tenho a alma de poeta cantando eu ganho a vida A morte china atrevida não marca dia, nem hora Pois quando daqui for embora contente eu boleio a perna São Pedro Porteiro do pampa divino Quero entrar cantando na querência eterna. Falado: A morte é fria e covarde quando prepara uma armada Qualquer um cai na emboscada, pois não adianta coragem. Não tem macho que reage, ela vem dando risada; É como o fim de uma estrada interrompendo a viagem. Quem canta vive contente, quem chora a vida é pequena Meu cantar é um novena rezada em nome da vida Por mais que seja comprida um dia chegará ao fim São Pedro Porteiro do pampa divino Me guarde com o tempo um cantinho pra mim.