Lá vem a lua despontando atrás do morro Ouço o latir de cachorro espantando a bicharada Também se ouve lá na colina distante Alguém tocando berrante chamando sua boiada. Os quero-quero gritando nopotreiro A luz de um velho candieiro num ranchinho beira estrada Um quatro antigo e um par de aliança E a ultima lembrança da minha mulher amada. Olhando a noite cai meu pranto na janela Fico a recordar daquela que partiu pra não voltar Quando anoitece silencia os passarinhos Eu lá no rancho sozinho sem querer pego a chorar. Há muitos anos eu também já fui tropeiro Corria o Brasil inteiro vendendo gado e comprando Quando eu voltava com saudade da morada Na porteira minha amada sempre estava a me esperando. Um certo dia eu sai pela estrada Repontando uma tarde lá pro centro do país Um temporal derrubou minha morada E matou a minha amada a mulher que eu tanto quis Vendi meu gado deixei de fazer transporte Agora somente a morte pode me fazer feliz.