Eu temo o coronavirus E zelo por minha vida Mas tenho medo de tiros Também de bala perdida A nossa fé é vacina O professor que me ensina Será minha própria lida Assombra-me a Pandemia Que agora domina o mundo Mas tenho uma garantia Não sou nenhum vagabundo Porque todo cidadão Merece mais atenção O sentimento é profundo Eu não queria essa praga Que não é mais do Egito Não quero que ela traga O mal que sempre eu evito Os males não são eternos Pois os recursos modernos Estão aí, acredito De quem será esse lucro Ou mesmo a teoria? Detesto falar de estrupo Eu gosto é de poesia Mas creio na consciência E digo não violência Toda noite e todo dia Eu tenho medo do excesso Que seja em qualquer sentido Mas também do retrocesso Que por aí escondido As vezes é o que notamos Passar o que já passamos Jamais será esquecido Até aceito a Policia Mas quando muda de letra E se transforma em milícia Odeio essa mutreta Pra combater o que alarma Só tenho mesmo uma arma Que é a minha caneta Com tanta coisa inda cismo Estão na ordem do dia Eu digo não ao machismo Também a misoginia Tem outros que eu não aceito É o tal do preconceito E as sombras da hipocrisia As coisas já foram postas Mas prevalecem os reles Queremos sim ter respostas Sobre as nossas Marielles Em meio a um mundo efêmero Não é só questão de gênero Nem de homens ou mulheres O que vale é o ser humano E sua dignidade Vivemos num mundo insano Queremos mais liberdade Pra que tudo isso mude Certeza, ninguém se ilude Não tem tempo, nem idade