A música não para, amor E ninguém sabe quando começou Nem quantos são os casais pelos salões Tudo é embriagador As valsas e os cristais Perfumes e poções E não pensamos mais Todos se abraçam pela circunstância, amor A misturar fragrância e cor Pela pista de dançador E milhões de juras falsas Vão se sussurrando, amor Queremos ir, mas a vertigem que há nas valsas Vai nos arrastando, amor E a música quem toca, amor? Que ninguém sabe a orquestra quando entrou Nem de quem são os versos e as canções Mas tudo é sedutor Nesses balés sensuais E nesses turbilhões E nessas espirais Todos se perdem tontos na distância, amor Soltos do próprio interior E o som fica ensurdecedor E na dança louca os pares Vão se enlouquecendo, amor Queremos ir porém todo o corpo de baile Vai nos envolvendo, amor E a música inocente em nós desaba como uma vertente E na voracidade dela de repente Então entre os demais sem perceber a gente Está dançando, amor