Oh, mamãe De mim ninguém tem dó Oh, mamãe Estou sofrendo tão só Eu era tão pequenina Quando mamãe me deixou Nas ruas fiquei vagando Tentando encontrar amor Ninguém não me acolhia Eu não tinha lugar pra ficar Dormindo na sarjeta fria Sem pai, sem mãe, sem um lar Oh, mamãe De mim ninguém tem dó Oh, mamãe Estou sofrendo tão só A minha fome crescendo Meu drama ficando maior À noite exposta ao frio De dia exposta ao Sol Até ser entregue a um homem Chamado juiz de menor Fui ser uma prisioneira Mas pra mim foi muito melhor Oh, mamãe De mim ninguém tem dó Oh, mamãe Estou sofrendo tão só Fiquei no juizado internada Igual uma prisioneira Estudando dias e noites Sonhando ser uma freira Pra cuidar das crianças pobres Carentes do mundo inteiro Pra cuidar das crianças pobres Carentes do mundo inteiro Oh, mamãe De mim ninguém tem dó Oh, mamãe Estou sofrendo tão só Vou realizar o meu sonho E no convento ingressar Eu vou seguir a Irmã Dulce E da pobreza cuidar Também cuidar de mamãe Se um dia ela encontrar Ela não quis me dar seu amor Mas eu tenho muito amor pra lhe dar Ela não quis me dar seu amor Mas eu tenho muito amor pra lhe dar Oh, mamãe De mim ninguém tem dó Oh, mamãe Estou sofrendo tão só Oh, mamãe Fiquei sabendo, por boca da vizinha Que a senhora várias vezes tomou remédio impedindo que eu viesse ao mundo Mas, graças a Deus, consegui nascer Já estou grandinha, já sei ler e escrever E um dia vou ser alguém na vida É dever de todos os filhos cuidar de seus pais Oh, mamãe