Moisés França

Canção da Liberdade

Moisés França


“Ouviram do Ipiranga” 
o grito de uma liberdade
Que não traduz libertação 
P’ra alma de um povo
Cativo da incerteza, 
da idolatria imposta
De ideologias vagas, 
de filosofias tortas
É como navegar sem rumo, 
sem sentido
Perdido em alto mar…
“Ouviram do Ipiranga” 
grito de uma liberdade
Que não traduz libertação 
P’ra alma de um povo
Cativo da incerteza, 
da idolatria imposta
De ideologias vagas, 
de filosofias tortas
É como navegar sem rumo, sem sentido

Perdido em alto mar…
Se envolve em seus brinquedos, 
veste suas fantasias
Se perde em seus enredos, 
colhe cinzas de alegrias
Se olha no espelho, 
vê como é triste a figura
Somente a liberdade lá do alto 
encerra a procura

E a graça é tão imensa 
que há de gerar gigantes
Nutridos pela fé…
Liberdade!
Abre as asas, vem voar 
pelo céu do meu país
A esperança é chama que ainda arde.
Liberdade!
Rompe os elos dos grilhões
Despolui os corações
Vem fazer o encontro com a verdade
Na mente traz a estrada que 
caminha sem destino
Na alma tantas marcas de 
um tempo em desatino
Passados tão presentes 
são sementes germinadas
Trazendo o fruto amargo 
da esperança vã e frustrada
Fechadas as algemas, 
um grito, um desespero
Não vão calar a dor…

E assim poetas loucos 
se perdem numa coreografia
Seduzem multidões na busca 
de outra ideologia

Se fazem de heróis, 
mas são vencidos pelo tempo
Com seus próprios lábios 
cavam túmulos ao vendo]
Não querem entender 
que a loucura lá da cruz
É a própria liberdade…
Liberdade!
Abre as asas, vem voar…