Eu vim de lá, do chão rachado Do velho chico para o imenso mar azul Sou do nordeste, cabra-da-peste Nesse xaxado levanto poeira Minha raiz é de cangaceira Eu sou bonita, eu sou a comunidade Muié de verdade sou eu mesma, sim, sinhô! Vou bordando o meu destino Derrubando preconceitos Pra mostrar o meu valor Vem no arrasta pé, hoje é só alegria Corre nas veias a herança do sertão Não se avexe não, Maria bonita Eu vi a onça negra prosear com lampião E quem nos vê com esse rosto de menina Não imagina nossa luta de mulher No dia a dia minha lida é meu cangaço Tenho meu corpo fechado renovando minha fé Olê mulé rendeira, sua beleza é como noite de luar Não há oxente óh não! Somos marias, severinas, isso importa É a santa marta que está no coração Tem muié no cangaço e em todo lugar Ela que escolhe onde quer estar Mocidade unida tem samba no pé Salve santa marta, guerreira de fé