É lindo ver a mulher negra lutar! Quem te vê sorrir, não há de te ver chorar! Rainha Quelé, vem ser coroada! Na minha, na sua, na nossa Morada! Negra na alma e na cor Flor de raíz africana Batuque de jongo, Folia de Reis Orgulho de ser Valenciana Saiu da roça, iaiá! Foi pra cidade Voou com a Águia altaneira Cercada de bambas, caiu no samba De verde e rosa lá em Mangueira Senhora da Glória, de tantas batalhas A Rosa dos palcos, a voz de navalha Na hora da sede você pensa em mim (ê, laiá!) Não vadeia, Clementina! Eu vou vadiar! Foi o tombo do navio Marinheiro só! No balanço do mar! Yô, yô! Yô, yô! O seu cantar é uma prece No altar do samba resplandece Aonde Deus fez a morada Emana a luz do nosso Senhor E o Saravá de todos Orixás Filha de Zambi! Identidade, alma ancestral Da negritude, retrato mestiço De fato a voz dos escravos Ginga, capoeira, partideira, axé! A Mocidade se ajoelha aos seus pés!