Me dá, não dou Me dá, não dou Eu conheci um tipo Que ficou maluco, E a causa disso Foi por que ele encontrou Um camarada De cara barbada Que a sua mente perturbou. Coitado do rapaz foi perseguido A vida inteira pelo tal mendigo Que estendia a mão, impertinente E murmurava roucamente: - Ei, me dá um dinheiro aí! No bonde, no trem ou lotação Surgia sempre aquela pobre mão Sempre a pedir, a implorar Ele não pode suportar E desde então o moço bonitão Que era artista de televisão Vive a berrar...não dou, não dou...! E no hospício ele acabou.