Eu sou rapaz comum Que como brasileiro vence batalhas Que chora Que erra Que aprende com falhas Que tá pronto para guerra Sem armas pesadas Guerra de rimas Utilizando palavras É uma triste rotina A cidade ameaça Os seus filhos e filhas Que brincam na praça Que correm ao ouvirem fogos De madrugada Choro no fim da balada Mesmo quando Vai com sua mina para casa Ou para no meio do caminho Se o carro for novinho A ameaça nos faz mudar o caminho A ida sem vinda A vida sem volta Se Deus permitir viver Ninguém mais rouba Até ladrão chora Tá passando necessidade Enquanto alguém dá esmola Ver a família ir embora Sem esperar Na hora do almoço chora A criança anêmica em brasília se ignora E da mais bolsas Para uma família real de reis quilombolas Que voam como besouro sem asa Que choram por não terem nada Que perdem tudo quando a chuva passa E só lamentam por terem perdido a casa E só aprendem que chorar não muda nada Quem quer ser o rei Quem quer ser o rei Eu não sei quem quer ser o rei Mas eu desisti de ser o rei