Olhei o mundo do lombo do ruano E achei tão plano pra me segurar Quem tudo enxerga, só não vê o engano Mil horizontes vinham me encontrar Tranquei minuanos no rancho tapera E a primavera não me achou por lá Troquei por nada o que já pouco era E o peão que eu era se mudou pra cá Cortei as canhadas Venci as distâncias Na poeira da estrada Deixei as estâncias Na louca jornada Buscando o meu sonho de piá Achei outro mundo Peões em repontes De olhos no fundo Debaixo das pontes Tornei a buscar horizontes Porém já não tenho Pra onde voltar Fiz preces xucras de cristão teatino Ao Deus menino que me há de escutar Pra que não sigam o meu desatino Neste destino de ilusão sem par Daqui meu sonho volta ao tranco largo Nas poucas horas que posso sonhar Juntando frases num refrão amargo Que esta saudade me obriga a cantar Cortei as canhadas Venci as distâncias Na poeira da estrada Deixei as estâncias Na louca jornada Buscando o meu sonho de piá Achei outro mundo Peões em repontes De olhos no fundo Debaixo das pontes Tornei a buscar horizontes Porém já não tenho Pra onde voltar