Cansado de estrada e da vida cigana Que a sorte mundana reservou pra mim Juntei uns trocados da lida tirana E ergui o meu rancho, de barro e capim; E é onde me sento, já de mate feito Pois, pra ser perfeito, tem que ser assim Pra aquecer a alma no sol que ainda arde E olhar a tarde tranqueando pra o fim (Na hora do mate, refaço caminhos Que o tempo daninho teima em apagar E, ao sabor do mate, repasso lembranças, Renovo esperanças pra, de novo, andar E, quem sabe, um dia, nesse beijo amargo, A morte, a lo largo, me encontre a matear E eu vire uma estrela que, no céu, se estampa Para olhar a pampa'a dormir e sonhar) Elevo, em silêncio, em meio à quietude A prece dos rudes ao Patrão dos pais Pra quem tem um pingo, um rancho e saúde, Nem é atitude querer muito mais Mas peço que, um dia, meu rancho se cubra De uma luz tão rubra quanto o sol que vai E o amor se faça, num colo moreno De suor e sereno da noite que cai (Na hora do mate, refaço caminhos Que o tempo daninho teima em apagar E, ao sabor do mate, repasso lembranças, Renovo esperanças pra, de novo, andar E, quem sabe, um dia, nesse beijo amargo, A morte, a lo largo, me encontre a matear E eu vire uma estrela que, no céu, se estampa Para olhar a pampa'a dormir e sonhar)