Quando eu me acordo bem cedinho Eu já pego o meu caminho Porque estão a me esperar Sigo ali tenteando o Sol que abre E a saudade faz alarde Pra voltar pro meu lugar Quando já tem gato e cachorro Esperando lá no morro E não posso me atrasar O almoço já está servido Mas o mate tá comprido E aquece a voz para cantar É assim que a nossa amizade Avançou pela idade E a vida veio abraçar E esse tempo todo foi passando E o afeto no comando Trouxe causos pra contar Tem a brisa que banha a barragem E essa é a nossa homenagem Nos olhares a garoar Quando a memória vem do peito Me alegra deste jeito Que me ponho a cantar Reencontro com o seu Betinho Que está aqui do meu ladinho Buscando versos pra rimar Ele aparece num sorriso E é disso que eu preciso Para me emocionar Nasce uma milonga ligeirinha Com os encantos da Santinha Para nos arrebatar Quando chego lá na minha casa O coração já bate asas E me ponho a voar Histórias vão assim se refazendo Mesmo que se vá vivendo No tranco que o destino dá Por que é assim que a gente leva Esta saudade maleva Só matamos ao cantar Este canto é azul-celeste E nasceu lá no Campestre Entre cerros e luar Recebe o abraço que eu te trago Nesta viola, o meu arado De afetos semear