Acorda o balde nas roldanas Forçando o abraço nas águas No ventre da tarde pampeana Despenca no limo das mágoas Na corda retenho o suor viril Nas mãos um peso vertical Fecho o céu num círculo anil Na boca do poço sem buçal Forjei um pealo medonho No laço feito à revelia Pelas roldanas do sonho Um balde de água fria Sobe um balde e mata a sede Gotejam lágrimas na via escura Resvalo no sulco das paredes No vazio calado da clausura Retenho a resistência no braço Na borda do poço a força contida O fundo turvo do cilindro espaço Mesclam a paz com o ocaso da lida