A melodia germina Lá onde o verso semeou A palavra é que planta o acorde Em terra que um poeta já arou Onde nascem as canções? No seixo rolado na curva do rio Nas vertentes das contradições De um magoado coração vazio Nasce no olhar sereno e candente Um andejar da paz e da rebeldia E no verso tirano e inclemente No ideal de bondade e democracia Nasce no sul do Sol poente No trovão que arrepia E no verso profano indecente Nasce na brisa e na ventania Onde nascem as canções? No passado que virou futuro Na penumbra que habita os galpões Na poesia que assombra o escuro A melodia brota e desponta Nos versos incertos de um dilema Carreiras de notas que abraçam A rima estranha de um poema Nace en el sur del Sol poniente En el trueno que corta el momento Y en el verso profano e indecente Nace en la brisa y en el viento