Não tem o apito na curva Nem a máquina e o carvão Foi embora o guarda-freio Com as ruínas da estação Vai triste num passo lento O maquinista ferrinho Nostalgia é uma mordaça Lá na Saldanha Marinho No amarelo do outono Cansado de tanta lida A mão do ferroviário Folheia o álbum da vida Foram sumindo os ruídos E os recuerdos também Com as doces lembranças Partiu o último trem Ausente na estação A velha Maria-Fumaça E o ferrinho solidão Sonha triste lá na praça