Na minha mente esta milonga reluz Notas mágicas de um clarão da Lua Dos meus dedos que a guitarra conduz Polvadeira de sonhos na noite escura As mãos suplicam num oratório Para seguir nesta longa invernada No limiar das sombras no território E chumbo diante da estrada O fio que fere e corta A razão incerta e crua Um violão que se transborda Diante da imagem da Lua Recrio rimas nos acordes sinceros No crepúsculo reacendo o braseiro E no silêncio da fagulha eu reverbero Solitárias notas num cativeiro Acompanho ao longe o Sol-poente Pra seguir adiante em louvação Vejo reflexo dos versos nas vertentes E dedilho quimeras no violão