Sinto todos diferentes de mim Não vejo ninguém com os meus olhos Na rua sem rosto Na estrada sem fim Todos são como lampadas vazias Nas calçadas apressadas sem memória Como risos e alegrias Chegam, passam e vão embora Por dentro das sombras Assim como as horas Ninguém fala comigo Nem eu não falo Elas vão como adeus sem aurora Ninguém como eu aqui parado Vou despindo no circo magoas velhas No acalanto de um canto inacabado Pouco a pouco ficamos nas esquinas Eu sozinho As lampadas vazias E a noite mais só e mais sombria