O tempo que habita Relógios modernos Não é o mesmo tempo Das noites de Lua O tempo noturno Vagueia sereno Em meio as carícias Dos corpos amantes Por vezes descansa Esquece de andar Depois recomeça Num lerdo acordar É tempo de vida! Esperança sentida Tão longe, tão perto Das horas vividas O tempo que vive Nos despertadores Não é o mesmo tempo Que mora no cuco Das salas antigas O tempo do cuco Distingue os acordes De grilos e pássaros E escuta os murmúrios Da chuva da tarde Que flui arrastada Pelas primaveras É tempo de vida! Esperança sentida Tão longe, tão perto Das horas vividas O tempo que corre Por entre as agendas Não é o mesmo tempo Do meu coração O tempo que paira Pelos compromissos Não ouve crianças O tempo que pulsa Percebe os sussurros Que vêm escondidos No meio das linhas De tantos poemas É tempo de vida! Esperança sentida Tão longe, tão perto Das horas vividas