Enganei-me, enganei-me – paciência! Acreditei nas vozes, cri, Ormia Que a tua singeleza igualaria À tua mais que angélica aparência Enganei-me, enganei-me – paciência! Ao menos conheci que não devia Pôr nas mãos de uma externa galhardia O prazer, o sossego e a inocência Enganei-me, cruel, com teu semblante E nada me admiro de faltares Que esse teu sexo nunca foi constante Mas tu perdeste mais em me enganares Que tu não acharás um firme amante E eu posso de traidoras ter milhares