Debaixo da campa esquecida O xiru pobre descansa Triste por não ter cumprido O que havia sonhado em criança Levou pro seio da terra A sede de um tempo melhor Mil planos, labores, esperas Forjados em sangue e suor Foi cedo o xiru muito cedo Sem tempo pra os frutos colher Da aurora da vida o anseio É o remo que empurra o viver Quem dera se o tempo te desse Mais tempo pra o tempo remar Traiu-te esse tempo matreiro Podando o teu tempo de amar Esta fé que anima os viventes Esta dor que lancina no peito Esta vida que assola os descrentes Que acalenta minando os conceitos Noutras plagas, talvez ter refaças Noutros rios remarás com certeza Sem fronteiras e apartes de raças Só remansos e sem correntezas