Estou travando uma batalha com Raul, Renato e Cazu Nesse jogo onde nenhum de nós vamos perder Frejat ficou pelo caminho e eu agora é que sou poeta desse novo Brasil E o que quero dizer é muito prazer Será que morro de overdose? Ou ficarei bem velinho? Passearei no parque? Jogarei bola com meu filho? Ou morro num canto sem minha família saber? Só meus amigos vão me conhecer? Muito prazer, eu sou o poeta do teu mundo Muito prazer, eu sou um herói, o Herói Vagabundo As pessoas estão convictas de que a luta acabou Mas eu te pergunto, cessaram as dores? Para onde esta paz nos levou? Acordamos cedo, trabalhamos, voltamos E depois nos preparamos e voltamos de novo E a pergunta fica, a pergunta que não quer calar Estou voltando para o trabalho ou estou voltando para casa? Muito prazer, eu sou o poeta do teu mundo Muito prazer, eu sou um herói, o Herói Vagabundo Nos perdemos entre nossas mini-certezas E nos transformamos em capachos da nossa burguesia Quem nós somos? Como levar a vida? Como escravos, empregados, ou patrões? Talvez ladrões Talvez só queremos nos roubar um pouquinho de nós mesmos Dar uma volta no parque, ter nossos filhos, cantar bem alto Acho que queremos gritar Muito prazer, eu sou o poeta do teu mundo Muito prazer, eu sou um herói, o Herói Vagabundo