Do barro do chão O Deus artesão a vida esculpiu Do sopro divino, fez sua obra-prima O homem surgiu! Olodumaré, ifá maior Recebe a missão de Obatalá O sal da terra à imagem do pai Hosana, amém! Xeu êpa babá! Girador tem a missão Sob as águas nasce o povo de Auí Destinado às profundezas da destruição Anhangá os Caruanas faz surgir O canto da ribeira anuncia Vem do solo a energia Para o mundo construir Da terra rachada, a força da gente Plantou a semente da resistência Mãe terra, nosso canto é romaria Pra seca não matar de sede a insistência Em viver pra retratar A sina sertaneja em monumento No som da feira a arte é a trilha De um povo em movimento E assim, a ruína se transforma A argila ganha forma e saúda o criador! Homens, santos, deuses demiurgos Que fazem da arte mensagem de amor A força que põe o meu povo na rua Renasce das cinzas, não quebra jamais Recanto de samba, de arte de bamba A ave mais bela dos meus carnavais