Repousa em mim a prata de muitas luas E o rigor das madrugadas que cruzei O sol dos anos, me açoitando campo a fora E a vida, arisca, me cobrando o que eu não sei. Eu trago marcas, na minha targa de campeiro, Das tantas vezes que sofri desilusão, Das minhas andanças só sobraram esperanças, Que ainda vivem, parcereando a solidão. Mas vou seguindo meu destino campesino, Pras invernias, fogo grande no galpão, Nas madrugadas, um floreio de guitarra, Uma milonga de acalmar o coração. Cevando mates na solidão das auroras, Tenho meu canto voltado para uma flor, Mesmo sofrendo os descompassos desta vida, Meu coração só se encontra no amor.