Eu sou amante das estrelas, do luar que sai à noite com elas Sou um coração errante que se acende com um par de velas Tenho uma cama larga e fria e ainda tão vazia Que espera toda a noite, só chegas no raiar do dia Demos vida a duas vidas, homens de poucos palmos de altura Que ouvem as tuas histórias porque as minhas não são de aventura Das vezes que desapareces, desta casa que esqueces Que espera que regresses de pensar que és feliz na loucura Pura e dura Eu sou um cidadão do mundo, para mim não há fronteiras Amo o saber profundo, amo as serras e ribeiras Sentir o frio nas veias, ter o sol como pano de fundo E gosto dos prazeres da vida e do salto no escuro Vivo a noite absolvida, vivo no tempo inseguro Não conheço quem procuro, vivo da alma desmedida e dividida Sonho momentos que em conjunto vivemos fugindo ao dia a dia Momentos que enchem uma alma devolvendo-lhe a ousadia Só que tu sais sem dizer nada, só chegas de madrugada Com a alma adulterada e perfumes de uma noite agitada E eu sem nada Talvez um dia o cruel mundo te devolva à casa de partida Talvez um coração partido meça de outra forma as cores da vida Talvez eu ainda esteja à espera, nem sempre se desespera Quando o sonho recupera uma esperança que andava perdida E sem saída Eu sou um cidadão do mundo, para mim não há fronteiras Amo o saber profundo, amo as serras e ribeiras Sentir o frio nas veias, ter o sol como pano de fundo E gosto dos prazeres da vida e do salto no escuro Vivo a noite absolvida, vivo no tempo inseguro Não conheço quem procuro, vivo da alma desmedida e dividida.