No tranco lerdo de uma junta de bois mansos Retalhava o pago santo naquele andar sonolento Vivia só no relento pois casa não lhe importava Onde parava sesteava E onde pousava morava Meia carreta de sonhos E arrobas de solidão Muitas libras de esperanças E um peso no coração Viramato Virou mundo a vida inteira Cortou madeira desde os tempos de pia Ainda o vejo de machado sobre o ombro Braços mais fortes que a raiz de um cambará Viveu nos matos acampado e só Carreta, charque, canha e chimarrão Corta que corta e a madeira chora Lagrimas de cavacos pelo chão Corta que corta e a madeira chora Lágrimas de cavacos pelo chão Cai o angico, o pau-ferro, a canjerana Cai o alecrim, a guajuvira e o ipê E o viramato no fundão do matos Machado ao ombro continuava em pé Morreu um dia o lenhador sólito Fez-se semente Fez-se terra e pó Na campa rasa seu machado velho Estranha cruz que tem um braço só