A porta se abre, o Sol rasga o chão No peito o suor se mistura com a poeira Há mesas vazias, pouco convidativas Procura-se quem tem um minuto para ouvir Sente, pegue um copo, não peça permissão A chuva que não vem, a doença que não cura As nossas alegrias e as nossas angústias De vez em quando meu amigo Eu queria que o tempo segurasse a batida Pra ter mais uns anos e entrar no jogo Com aqueles que nos carregaram nos ombros Vejo gigantes ao longe Nos ombros de um deles Você sorri confortavelmente Enxerga a distância como poucos conseguem E não teme a queda dessa altura Tudo é permitido, nem tudo convém Eu deixo os calos rasgarem Quando o fogo me consome A água me sacia Piso firme nessa terra Então respiro a sua brisa Sente, pegue um copo, não peça permissão A chuva que não vem, a doença que não cura O que já vencemos é maior que o que nos assusta