Pedaços de um homem caíram Os corpos não amenizam a explosão Mas tangem o vento e tostam o frio E fazem o cheio ficar vazio E todo profano virar corão Pedaços de um outro caíram E fizeram calor da multidão Que se viu rasgada como um grito Quando empurrada para o infinito Entre a morte e o fogo em colisão! Pedaços de um pobre caíram Genocídio é o paraíso em construção E, de resposta, estadistas mandam moços Que de tão pobres não enxergam nem seus postos Como uma bucha na garganta do canhão! Pedaços de guerra caíram Como o estopim inexato de um vulcão! E o homem flamejante fez-se luz E alguns tolos pensaram que era Jesus E a morte, em fogo, proferiu o seu sermão! A palavra de alá no alto da chama Contra a ave-maria segurando uma bomba Luz da guerra sagrada que ainda proclama Em estampido, a fumaça escrevendo no ar O homem-bomba!