Onde está você? O que eu deveria ser? Me defina! Meus poemas sorvem pus? Os meus olhos estão nus? Choram resina? Por que você não quer que eu chore estrelas Entre frases de bordão? Por que a sua face de justiça Verte sangrias no chão? Não há mundo de fato Somos um tanto abstratos Em ideologias Pelas ruas nunca estamos A vida acontece fria Ao nosso redor E não há sustento nos pratos Carecemos de maus-tratos Ao nosso pudor O material nos fascina tanto Quanto água e comida Ou seu perfil social no computador Por isso comam, comam todos os animais Queimem os homossexuais Façam uma fogueira de sonhos entre as cinzas da moral! Vivendo em um mundo vazio Dilate suas pupilas sem brio E raspe as narinas cansadas pela falta de amanhã Quem é sua mulher? Ela sua igual a você nos poros da vida? Ou se disfarça pelos panos Que a protegem de olhos patriarcais? Pra quem que você reza? São vitrais ou vísceras de um salvador? Sua verdade profetiza a espera De alguém que está, mas nunca voltou? Nossa vida é tão oca Por isso procuramos Coisas banais Em telas multicoloridas Buscamos respostas Sem reflexão E não há sustento nos pratos Carecemos de maus-tratos Ao nosso pudor O material nos fascina tanto Quanto água e comida Ou seu perfil social no computador Por isso comam, comam todos os animais Queimem os homossexuais Façam uma fogueira de sonhos entre as cinzas da moral! Vivendo em um mundo vazio Dilate suas pupilas sem brio E raspe as narinas cansadas pela falta E o amanhã virá na voz de cegos idênticos Tateando as respostas no breu! E em terra de cegos os olhos serão acessórios De livros sagrados que o mundo esqueceu