As cores vêm e vão no céu São pássaros do meu nunca mais Tantas mulheres vestindo véus Suas vaidades são seus cristais Lendo sortes em palmas de mãos Ela dançou e sorriu pra mim Mas eu estava em outra direção Por outros mares decidi seguir Vaguei em desertos sem direção Entre ruínas eu me afoguei Pra sempre agora as mesmas pedras caem Dos tantos montes que eu escalei E eu fugi feito minhas palavras Que voaram como furacões Não vieram me acalmar Trouxeram essas visões E eu fugi feito as minhas palavras Voando como furacões Não puderam me libertar Das minhas prisões E agora voam noites sem fim Até o fim dos meus dias Pra sempre restarão seus olhos A tua parte que não se cobria E agora voam noites sem fim Até o fim dos meus dias Tornar a cruz o peso sobre A tua imagem que do céu pendia Eu prendo mar, só vem areia Não tem mais lama no meu manguezal Só me vem essa eterna noite Penumbrar minha vida tão banal Eu prendo mar, só vem areia Não tem mais lama no meu manguezal Só me vem essa eterna noite Penumbrar minha vida tão banal E eu fugi feito minhas palavras Que voaram como furacões Não vieram me acalmar Trouxeram essas visões E eu fugi feito minhas palavras Voando como furacões Não puderam me libertar Das minhas prisões