A eternidade cai feito uma luva na imensidão Perto dela eu me sinto um quase nada, um vão O terno queima o meu peito feito brasa, derreto E feito noite eu escureço E esqueço Esqueço Os momentos mal nascem já escorrem das minhas mãos O tempo passa e voam longe as minhas emoções Quem dera a noite não vestisse o véu da finitude Nem o deserto abrisse sob os meus pés Todas as incertezas De não ter nada para olhar no além Escuro o céu Eu te procuro E eu grito todos os meus segredos na escuridão A minha terra ferve em um mar de beleza e dor Vago pequeno, cego, raso e indolor Longe sou pouco, perto de mim sou nada Eu sigo derramando minhas mentiras pelas calçadas Com a alma condenada A transes vazios E à chuva entre os teus olhos Escuro o céu Eu te procuro E eu grito todos os meus segredos na escuridão