Tenho a lua E a infinidade dessa multidão Que inexpressiva me vê em angústia A ler minha alma Estou no meio desse marasmo vazio Que não é deserto nem o meu sertão Mas onde as flores crescem sem perfume Sem cor Cães e canhões do letes Me joguem no deserto para eu me salvar Prefiro morrer de novo A viver nesse abismo entre céu e mar Sopro o véu que esconde o teu rosto Mas me resta um vazio Em teus dedos corre um rio nervoso Que deságua nos meus braços frios Mas foi-se a lua Fica a infinidade dessa multidão Vai também teu vulto longe Querer fazer dos meus sonhos Mais um caos em vão Cães e canhões do letes Me joguem no deserto para eu me salvar Prefiro morrer de novo A viver nesse abismo entre céu e mar Cães e canhões do letes Me joguem no deserto para eu me salvar Prefiro morrer de novo A viver nesse abismo entre céu e mar