Mikel Jetson, andarilho do sertão Cangaceiro, braço direito de Lampião Nas caminhança pelos cantos do Brasil De tudo provou, de tudo ele viu Viu uma cabrita que botava ovo e que não queria dar de mamar Que era filhote da mula banguela que ele comprou em carajás Viu um seringueiro que todos os dias tirava leite do pau Viu o curupira dançar rebolando de biquini fio dental Entrou de penetra no salão de festas do congresso nacional Causou o maior reboliço da história de todo planalto central Jogou uma coxinha de frango que pegou no olho de um senador Dispensou a escada pro segundo andar, só pra peidar no elevador Foi preso, encarcerado, impedido de sair Companheiro de cela, uma Argentina travesti Aturava a comida, que era dura de engolir Mas não pense que essa história há de terminar aqui Munido de apenas uma colher cega que ele encontrou no chão Cavou um buraco que varava mais de mil léguas longe da prisão Comprou uma briga com Johnny Facada terror da cela 23 Queimou o uniforme e o próprio colchão pra simular sua presuntez Mas Carabino Tiro Certo de idiota nada tinha Foi atrás de Mikel Jetson, seguindo suas pegadas Quando o encontrou na rua, nem perguntou, atirou E a lenda do agreste finalmente derrotou Só que o que Tiro Certo não imaginava É que Mikel Jetson não morreu Mikel Jetson não morreu (Não morreu) Mikel Jetson não morreu (ele não morreu) Mikel Jetson não morreu (Não morreu) Mikel Jetson não morreu (ele não morreu) Mikel Jetson não morreu (Não morreu) Mikel Jetson não morreu (ele não morreu) Mikel Jetson não morreu (Não morreu) Mikel Jetson não morreu (ele não morreu) (Já disse que ele não morreu)