Zé migué não perde o grito Nem eu perco meu repente Cantor valente eu vim aqui pra lhe dizer Zé migué quando morrer não escapa uma semente Essa semente parece que é de ingá Saputi, anana ela veio do oriente Brasil pra frente, Brasil de brasiliano Eu nunca vi americano cantar coco em minha frente Zé migué não perde o grito Nem eu perco meu repente Canto em qualquer lugar Pois eu sou de Pernambuco Terra de joaquim nabuco Sou um poeta popular Canto com meu linguajar Improvisando o repente Zé migué não perde o grito Nem eu perco meu repente Foi meu pai que me ensinou Meus tios me ensinou também Eu canto que me convém Tudo que ele me deixou E no mundo me jogou Pra cantar pra essa gente Zé migué não perde o grito Nem eu perco meu repente Canto coco de rojão De repente e improviso Retirado do juízo Com muita satisfação Mantendo a tradição Quem quiser que me aguente Zé migué não perde o grito Nem eu perco meu repente Quem quiser saber meu nome Chegue pra cantar comigo Receba logo um castigo Do meu pirão tu não come Num instante você some Logo aqui da minha frente Zé migué não perde o grito Nem eu perco meu repente Sou o ronco do trovão Sou um raio clareando Sou onda do mar quebrando Sou luz na escuridão Sou o Sol que faz clarão Sou poeta renitente Zé migué não perde o grito Nem eu perco meu repente Sou uma pedra no sapato Um buraco no caminho Sou cerca de espinho Cantando eu só maltrato Te deixo no internato Como deixei muita gente Zé migué não perde o grito Nem eu perco meu repente