A chibata descia nas costas O sangue do negro jorrava Era dor sofrimento e lamento Mas o negro não chorava E nas noites vazias rezava Pedindo sua proteção Sua sorte não mudava Eram dias de solidão Ele só sentia saudades Da terra onde ele vivia Onde tinha a liberdade E também possuía família Mas o pensamento era forte E não aceitava correntes Lutou contra o feitor Para libertar sua gente Capoeira surgiu na sua vida Como forma de libertação A partir desse momento O negro se arrastou pelo chão Com rasteira e cabeçada Com bênção e esporão O negro conquistou liberdade E escravo ele não foi mais não Só é escravo quem tem medo de morrer Aprendi a capoeira não vou mais sofrer Só é escravo quem tem medo de morrer Aprendi a capoeira não vou mais obedecer Só é escravo quem tem medo de morrer Com a quebra das correntes liberdade vou viver