Essa é uma lenda da periferia do DF Rapaziada de rocha nunca mais se esquece Quatro moleques que perderam os seus pais Fiquei de cara véi não esqueço nunca mais Depois de muito tempo no presídio Encarcerados na papuda por homicídio Quatro filhos de um pai que foi morto sem piedade 121 em condicional, unidos em liberdade A mãe se foi, desgosto e solidão Era dia de são Cosme e Damião O pai foi fuzilado chegando da padaria Porque não quis pagar propina Os quatro órfãos juraram que iam se vingar A hora dos culpados vai chegar Levantaram as mãos, pediram forças a Jesus A vingança foi jurada na frente da cruz Venderam a casa na ilha norte A padaria do velho na Ceilândia norte Não queriam saber quem estava certo ou errado Investiram a grana em armamento pesado Compraram um opala e um landau Equiparam as carretas estilo animal Todos ficaram de cara com a parada Não eram vistos de dia, só de madrugada Quatro anjos que eram do bem Agora são do mal A cor do luto desperta o instinto animal É com o irmão mais velho que o bicho pega Cada rebanho tem a sua ovelha negra Justiceiros da escuridão Não sei de onde vem e nem para onde vão Com eles não têm lei e nem perdão Eles fazem justiça com as próprias mãos Desse dia em diante ninguém se esqueceu A primeira vez que o landau apareceu Landau negro entra de banda na esquina Pensei que era os malucos atrás de cocaína Landau trepado, desce devagar, fique esperto Curtindo um som, pancadão treme até o teto Não é os home curtindo um bone No para-brisa um adesivo da cyclone Muito brilho, prata no pescoço Estilo de malandro até o osso Da para ver o vulto de quatro cabeças Dois de boina branca e dois de toca preta Quem será que vai rodar? Landau desce a rua devagar Não sei se é miragem ou é um lobo do asfalto Já tô grilado Será que é um assalto? Presa fácil demais Tava me gorando Passaram devagar só encarando Fiquei de boa Não devia nada Só tava eu e dois camaradas Quem me contou essa história foi meu chegado Um pai de família, um bandido aposentado Tomando vinho em volta da fogueira Ascende um cigarro, contínua a ideia No outro dia noticias Derrubaram fulano de tal Acharam cartuchos de escopeta no local Os caras mascarado estilo pavilhão 9mm e 12 de repetição Justiceiros da escuridão Não sei de onde vem e nem para onde vão Com eles não têm lei e nem perdão Eles fazem justiça com as próprias mãos Quem tá na lista da morte amém Nomes na lista, já tem mais de cem Sempre aparecem num landau ou num opala A justiça da noite é feita na bala Onde estão de mais rolé é na Ceilândia De norte a sul já fizeram fama Desceram da CEI entraram na (chaparral) Tão na área véi se vacilar é mal Só de quebrada curtindo um bass Pistola prateada com mira a laser Tão nas capturas de alguém pode crer Quem será que vai subir? Quem será que vai descer? Fiquei sabendo que na sexta-feira Fizeram uma bura de peneira A polícia até tentou pegar os caras Explodiram viaturas usando granadas Cabra de peia vai bodá, eles vêm para arregaçar Só quem sobreviveu pode falar Roubam carro-forte e não dão estia Distribuem alimentos na periferia São estilo robin hood do DF Tiram dos ricos para dar para quem merece Ouvi dizer que o landau era blindado Nem tiro de fuzil fez algum estrago E aí rei, isso é incrível Assassinato de pilantra em alto nível Enquanto os justiceiros adiantam ao nosso lado Os verdadeiros bandidos dão um golpe no estado Faz tempo que sumiram, podem aparecer Cuidado véi o próximo pode ser você Justiceiros da escuridão Não sei de onde vem e nem para onde vão Com eles não têm lei e nem perdão Eles fazem justiça com as próprias mãos