Veio o frio Relicário de desejos Repousamos ali Geada infinda Ante o sol Me cobres do calor do teu corpo Nudez é a veste que rege A curvatura do momento Pretendo ser junto a ti Duas almas numa só Desabotoo o aflitivo Você me rasga a dor do peito Me traga intenso nesse ensejo Ofegante, delirante, delirante Ofegante e delirante Ofegante, delirante Delirante, delirante Ofegante, delirante "A alma do homem É como a água: Do céu vem, Ao céu sobe, E de novo tem Que descer à terra, Em mudança eterna Corre do alto Rochedo a pino O veio puro, Então em belo Pó de ondas de névoa Desce á rocha liza, E acolhido de manso Vai, tudo velando, Em baixo murmúrio, Lá para as profundezas Erguem-se em penhascos De encontro à queda, Vai espumando em raiva, Degrau em degrau Para o abismo No leito baixo, Desliza ao longo do vale relvado, E no lago manso Pascem seu rosto Os astros todos Vento é da vaga O belo amante; Vento mistura do fundo ao cimo Ondas espumantes Alma do homem, És bem como a água! Destino do homem, És bem como o vento!"