No escuro que me encontro Sinto o rombo da luz, compreendo, luto, surto O luto que me cerca, mais um preto na mira Entrei pra guerrilha, comprei essa briga Reflexo dos vermes que me invadem a barriga Comem a mobília, criam a chacina Sistema de um racismo que corrói Compra, mata, finge, abusa De doze na mão, eles me olham com raiva Boca espumando, fome de um racha na praça Réplica de um filme do Kubrick, sem brincadeira Rasgaram o asfalto como se fosse madeira Eu via flores, parecia cerimônia fúnebre Estica a mão neguinho, vou te ensinar a jogar Adoleta, lê pêti, pêti pô lá O mais novo da quebrada que nós vamos derrubar Tô vivo, não nego, até mais revigorado Alado, letrado, ligado Mais uma noite em claro, cê tá ligado agora Porque eu vivo arrumado pra andar lá fora (Eles vêm aí) Tá com o RG no bolso irmão? (Eles vêm aí) Sente esse ar que instiga (Eles vêm aí) Mastiga o seco da garganta Cê tá preparado pro demônio antes de dormir? Sentia um cheiro de pó, cheiro do aço Cheiro de pólvora, cheiro de mato Cheiro do asfalto, cheiro do escuro Cheiro do meu suor, cheiro de pneu Cheiro do medo de quem morreu Do medo de quem sobreviveu Sentia um carinho pelo corpo, mas não era a mão dela Era a ponta do fuzil na minha costela Eu não sou autoritário Você precisa de um auto Mãos para o alto isso daqui é um assalto Vocês se vitimizam e se declaram auto-otário Enquanto com a gentileza eu não falto Não sei como tem gente que usa cocaína Coffee coffee coffee coffee Pra madrugada eu prefiro cafeína Atravessei a parede do som Não escutei mais nenhum ruído Pra quem já me ouviu cantar Não sabe o que eu tenho sofrido Portas são pratos de lágrimas O meu caminho encontro na estrada O início do fim é a estreita esteira Com um começo de tudo que acaba em nada Só fiasco boy não estuda na fisk Fiz de conta que vi os menor fumando um beck Construí um disco encharquei de whisky Disk pronúncia pra apertar a rec Então arregue essas flores regue Todo dia nasce um som Bons ou ruins não quero que você negue Mas eu canto no rap e no reggaeton Esse Beat é muito mais sombrio Vou rimando até mais sóbrio Só pra falar mais sobre o Assassino que a noite ninguém viu Quebrada tá quebrada quebrando mais um padrão Poltrona tá partindo impedindo mais patrão O sangue escorrendo e cês pedindo mais porção E se esperar pelo divino cês não vai ganhar perdão Vocês têm a mania de culpar Só quem usa e não quem cria arma Depois que o tiro sair pela culatra Não venha me dizer que isso é carma O demônio vem em forma de pó Pedindo a sua bênção e te dando overdose Os fardado vem em forma e sem dó Te esfaqueia pelas costas Hitchcock psicose A confiança me traiu eu casei com a mentira A paz me iludiu e eu fodi com a sua ira Minha visão cresceu tanto que meu dom é a minha mira Aprendi a me desfazer e hoje eu sou mal Cria! Mais uma Glock na mão E o menor se perdeu da família Mais um enquadro no chão e o sangue escorreu pela guia