Trago os grilhões dessa ignorância, Arrasto correntes, crio calos nas mãos Engulo o suor com toda intolerância, Mil chibatadas de joelhos no chão Eu sou escravo das costas marcadas, Das feridas abertas e da honra mutilada Puxo doze horas, cumpro os doze trabalhos, Sou a carta de menor valor do baralho Liberdade, ó liberdade Abra suas asas negras sobre nós Liberdade, ó liberdade Não agüento mais ouvir a tua voz Não tenho mais hora pra dormir, Não tenho mais hora pra acordar Estou aqui só pra te servir, Acato o que o mestre mandar Quanto mais eu luto mais eu apanho, A senzala gemendo ensaia sua grito Enquanto em silêncio ainda existo, Guardo uma dor que não sabe o tamanho