Quantas vezes eu chorei de amor, buscando meu bem Essas árvores arrancadas hoje choram também Quantas vezes eu chorei de amor, buscando meu bem Essas árvores arrancadas hoje choram também Levada, gingada, bolada, amarrada, catada do nada Notada, bolada, esmeralda, quebrada, criada na barra molhada Enterrada, afundada nas águas da saia Do trecho da vida, tomara que caia, sem vaia, da laia Tim Maia Na praia, invade a maré, nunca da ré Guerreiro é guerreiro, na sola do pé Bate o tambor, bate o amor, bate a vida No fundo, rancor Quem é que é quem? Quem é que eu sou? Duplo do flow, sem roque, sem gol Mas pronto pro show, daquele que canta Que rima e fascina os mano e as mina Polícia, chacina, injustiça atiça O bicho preguiça que vira e revida A vida batida, que sangra a ferida embutida Enlatada, rasgada no arco da flecha do índio sem terra Sofrido no mato, sem tato, mas nato, pé chato, no pulo do gato É foto, retrato da chuva que pisca, galinha que cisca Por galo que canta, levanta o Sol, derrete a planta Que supre a janta de tanta criança, que olha a TV Num outro rolê, que sofre de amor, que ama você Pobre da roça, pipoca, não entorta A rota revolta, sem volta, sem volta Moleque abusado, safado escondido Entrou na Amazônia, apagou nossos índios Raspou nossa terra, o caule mais lindo, menino imbecil Puta que pariu, merece um inverno sem Sol e sem frio O que é seu tá guardado, no tempo passado Tu é escoltado, mas não é blindado A justiça divina te passa o chicote, os trote sem corte Achou que era forte, só um molecote Quebrando o serrote, no norte a norte Moleque ansioso com sede ao pote Quantas vezes eu chorei de amor, buscando meu bem Essas árvores arrancadas hoje choram também Quantas vezes eu chorei de amor, buscando meu bem Essas árvores arrancadas hoje choram também Poetas, bêbados do pântano Declamam blues em guântanamo Machado de Assis feriu o sândalo Eu nunca quis ser vândalo Censorial escândalo Por onde ando, as rosas sangram, meu irmão Charlie Por onde ando, sou freestyle Sou verso e prosa, artesão de mim O segredo mora nos detalhes Conquistaremos vales Corações em hectares Tão só num quarto de hotel São tango em Buenos Aires Quantos sonhos somem pelos ares Quantos corações de bronze enfeitaram nossos lares Brasil, camisa 11, somos jogos de Atari Na sala la de cima bebendo vinho bom E que haja amor em outros lugares Se eu não te ver mais, que Deus ilumine por onde andares Estrela da favela, somos zona oeste Antaris Hey Jack, Túlio Jack, tuga Rei Charlie Quantas vezes eu chorei de amor, buscando meu bem Essas árvores arrancadas hoje choram também Quantas vezes eu chorei de amor, buscando meu bem Essas árvores arrancadas hoje choram também Choram também Choram também Choram também Choram também