E se no meu último suspiro eu olhar pra trás E sentir mais orgulho que vergonha dos meus feitos Vou saber que valeu a pena Sempre busquei liberdade Mas não sei dizer se ao longo da minha estrada Eu consegui fazer mais chaves do que eu fiz algemas Tenho saudades de tantos lugares Tantas pessoas, raiva de tantas pessoas E trauma de tantas cenas Às vezes duvido de mim mesmo E a pergunta que não quer calar Sid, você é de verdade ou somente encena? Eu não sou santo mas, fiz milagre o ano inteiro Transformei ódio em poesia, e depois poesia em dinheiro Transformei alguns haters em fã, sem derramar uma ofensa Mostrei que eu também me odeio Nós não é tão diferente igual cê pensa Minha fama não é caridade, na verdade é recompensa Honestidade é raridade, mesmo assim ainda peço licença Algumas querem meu corpo nu Outros querem meu corpo no chão Às vezes tenho raiva do meu corpo, é minha única limitação Eu sou contra sua imitação, sou a favor do original Minha criação vem da dor, meu amor eu sou um animal Irracional, irreal, na moral, só eu faço, só eu sinto E no final só eu que acho legal Corte minha carne, veja por dentro que ainda sou podre Eu nunca fui o que eu digo, não é que eu minta, eu só queria que fosse Já odiei o cara que eu fui e tive inveja de quem eu seria O que eu quero e o que eu preciso, não caminham mais na mesma linha Tive que fazer escolhas, fechei portas e janelas Até hoje eu já não sei dizer se eu me orgulho ou me arrependo delas Pessoas ruins, e outras belas, culpo a minha aquarela Essa cela hoje em dia tá menor do que quando vocês me jogaram nela Porra, olha tudo o que a gente passou pra chegar até aqui Hoje eu já não penso mais em desistir Lembro todos que me olharam no olho E me disseram que eu não servia para isso aqui, bom, olha isso aqui E minha caminhada não é só foco e inteligência Dinheiro nunca foi o meu foco foi a consequência A sua opinião eu corto te mando pro longe logo Não confunda o seu desrespeito com minha inocência Eu não sou bucha, poxa, ignora a minha cara de trouxa A raiva me puxa, poxa, não é à toa que no fim do dia O meu ego sempre tá com uma cara roxa Minha besta tá solta e a conta tá paga Então não me aponta esse dedo de gesso No final do dia tu percebe que nós nunca se amou Pega minha lembrança e apaga, porra