Bendita na casa, mano Ei, cês tão me ouvindo? Eu sou Bendita, fábrica de MC maldito Sid, transformando lenda em mito Nascido e criado pra essa briga Se essa base vira o Sid vira a encarnação do próprio espírito Para e pensa duas vezes Antes de mexer com quem tá entocando planos já tem meses Eu sou a profecia dos seus deuses Meu plano é semelhante ao que Napoleão fez aos franceses Da base ao topo Do topo se volta o benefício à base Resumo cem anos de história em uma frase Professor, desculpa ter pixado a classe, eu sou meio rupestre Marcas na parede ainda são expressão de arte Eu morro preso, mas eu não morro calado Eu morro rimando Deixando acomodado incomodado Já tem tempos que eu incomodo um bocado, do meu cômodo Quando eu mudar de âmbito cês sacarão o recado Me sinto preso à forca e sei quem me dá corda Eu me sinto um pirata com a prancha beirando a borda Eu não entrei pro crime, mãe, por conta da senhora Hoje o burguês me odeia e o filho dele me adora Porra Eu tô vivendo a vida dupla E eu ponho a culpa no rap O rap nunca me pediu desculpa E com tudo, eu continuo apaixonado em rap Hoje eu acordei em terceira pessoa Tô vendo meu corpo deitado na minha cama Os demônios que me cercam nunca ficaram tão claros Nem tão agressivos que nem durante o fim de semana Talvez tenham notado a mudança no clima A mudança na rima, a mudança na minha vontade Zerar o jogo não é o que eu queria, e pra falar a verdade Eu só critico o mundo por mera necessidade Eu não sei se o que eu faço tem efeito E vivo questionando a minha caminhada Bem vindo ao hip-hop, terra sem prefeito Onde no beco mais vazio e mais escuro eu fiz morada Vai Eu tô vivendo a vida dupla E eu ponho a culpa no rap O rap nunca me pediu desculpa E com tudo, eu continuo apaixonado em rap Muitos fazem boas ações pelo motivo errado E outros fazem más ações pelo motivo certo Quem julga é burro e quem cala é esperto Busque entender o cidadão antes de entender o dialeto