Rapadura, dj caíque, oxente! Coligações volume dois. Toma, toma! Segura essa cabra! Artivistas! Um quarto de engenho produções! Acabo, acabo, acabo com a repetição, com a reprodução, dessa ficção Verbos em flexão, convicção, boa dicção Boa repercussão, ecoa minha percussão Interlocução, poemas que são arte e ressurreição Insurreição, ave de outrora, nas chamas do agora Rasgando aurora, fazendo a história, com duração Sinto a canção, repenso imagens, compenso em mensagens Condenso folhagens, as margens, dessa limitação Trazida em seres modernos, prazeres externos Imortais invernos congelam internos, morrem nos cadernos Se afogam a escrita, restrita, a vista, erudita O artista, dita, palpita, rima, que a mídia, me imita Os astros são momentâneos, os frascos são instantâneos Não espontâneos, ganham, rebanhos, pós contemporâneos Apanham, não me acompanham, me estranham, e só reclamam Textos se derramam, declamam, não os amam, proclamam Espanco insetos, incompletos, com versos diretos Cuspindo alfabeto, em dialetos, e levo sons pra surdos Decreto, aos fetos incertos elevo dons absurdos Lanço seus afetos em desertos regresso em protestos Nos iguais, comerciais, sentimentais mais Artificiais que caem, traem, a própria voz Meus recitais que saem, vai, sempre sobre saem Fracos demais só instrumentais pro monstro feroz Que ataca o que se repete, na net, enquetes, boatos Meu rap, é norte nordeste, uma peste, pra esses novatos Nomes abstratos, letras sem extratos, cópia sobre status Adormecem tatos, nunca alcançarão contatos Com esse oxigênio, que dá vida a gênios, empenhos extremos Atravessa tempos, os gêmeos, ficam sem sínteses Fluídos naturais, fluxos rurais, pragas culturais Movimentos orais, que acabam com as mímeses Mimeses fragmentos talentos não viverão Mímeses movimentos de ventos não aguentarão Mimeses sentimentos cinzentos que secarão Mímeses mimeses mímeses mimeses Mimeses fragmentos talentos não viverão Mímeses movimentos de ventos não aguentarão Mimeses sentimentos cinzentos que secarão Mímeses mimeses mímeses mimeses Derrubo mesas, cadeiras, para a brincadeira Dou fim em carreiras,acabo com a feira, nesse hip hop Só manufatura, escritura, sem estrutura, sem cultura Chama o rapadura, pra mostrar o que é um galope Um mote, em dez, blogs, spots, sofrem, com réis Derrubo fiéis, o norte, cospe, a morte, em cordéis Não chegam aos pés, de menestréis, envergonham papéis Se vão em decibéis, suas letras são feitas pra bordéis Prostitutos, qual o custo? o matuto manda proposta Depois da resposta os devolvo com fratura exposta Meto o pé na porta, produtoras, condutoras, gravadoras Impostoras, são autoras, dessas folhas mortas Que se acham fodas demais, moda que faz réplica Todos iguais, sem inovação, sem instrução poética Só atração sintética idênticos na métrica Donos do rap ensino o que é rap em ordem alfabética Invado stúdios de mudos a saga dos interlúdios A praga entre prelúdios, desaba com conteúdos Tomo latifúndios, gravo o cep, meto rec, gravo o rap Bato em tracks, moleques, breves, tomam cascudos Não esperavam que eu viesse, que eu fizesse, que eu pudesse Trazer o que não conhece, mostrar mais que tuas vestes Cultura xilogravura postura cabra da peste Além do sul e sudeste elevei o norte nordeste Compromisso, desde o início não só beats não só raps Technics e scratches com o mix back to back Performance atuações novas mutações Nego imitações esses falsos djs só apertam botões To em 45 rotações 360 graus Sem limitações em degraus de fotossínteses Coligações volume dois, caíque propôs Rapadura compôs, se impôs, e expôs, o fim das mímeses Mimeses fragmentos talentos não viverão Mímeses movimentos de ventos não aguentarão Mimeses sentimentos cinzentos que secarão Mímeses mimeses mímeses mimeses Mimeses fragmentos talentos não viverão Mímeses movimentos de ventos não aguentatarão Mimeses sentimentos cinzentos que secarão Mímeses mimeses mímeses mimeses... Toma, toma, toma! Ha, isso aqui é rapadura! Norte e nordeste me veste Ceará lagoa seca Artivistas, coligações volume dois Tão pensando que o rap é brincadeira cabra? hahaha Óia aí caique, haha, vamo arrochar esse frouxos cabra Oxente é arrente.