É rapadura a voz do povo É o cabra macho nordestino É rapadura a voz do povo O cabra macho nordestino É sempre a mesma fala Ausência vasta sobre batidas Pronuncias gringas respinga em suas rimas repetitivas Os que fazem se desfazem e trazem os seus encartes Embalagens sem mensagens São miragens sem artes Têm estrangeiros como sua inspiração Sufocam a respiração, destorcem a canção Retorce a audição Ainda mais pelo que faz, traz ostentação exibam pratas que eu demonstro um basta com os pés no chão Poeta pobre por uma causa nobre Em meus domínios Pisoteando os declínios, correndo sem patrocínios Quando canto eu represento o povo Essa é a diferença Da marionete da imprensa De marca, selo e tendência Bocas falantes, mentes não pensantes Almas vazias, corpos andantes Meros navegantes, mares de orgia Ainda mais quando aparecem só pra fazer tumulto Apresentando seus frutos Podres e amargos produtos Padronizados, industrializados, pasteurizados Robotizados, comercializados a preços baixos Trabalham imagens reciclando lixo sem conteúdo Sem abordagem, sem estudo Nem todo mundo segue surdo Rejeito tributos e homenagem a impostores Compositores, cantores quem não sentem minhas dores Só falam de si, são Mc's de campeonatos Estão no topo das batalhas Mas não passam de abstratos Dj's que o toca discos só serve pra enfeite Só movem duas bolachas quando as come com leite (hahahaha) Isso distorce raízes, treme, brota, revolta Ao invés de pratos apresentam gastos com CDJ Sou amante do vinil, amante da radiola Acredito em gerações Não em divisões de escolas Nem nova, nem velha Mas sempre eterna motivação Coadjuvantes calem-se! Respeitem quem tem expressão [REFRÃO] Aos impostores o meu coração traz rejeição Compositores em contradição recusam ação Opositores querem diversão não transformação Trabalhadores sigam a construção da revolução Na parte de gravuras mortas, gravuras mortas Partitura de gravuras mortas, gravuras mortas Partitura de gravuras mortas, gravuras mortas Partitura de gravuras mortas, gravuras mortas Vou arrancando rótulos e módulos de padrões Não apresentam razões, só apresentam refrões Que não conseguem passar nada E trazem repetições Diversões são mais fáceis do que causar as transformações Pressões, feições, maquiagens que de nada valem Trajem de bailes rasguem-se Frases e males se calem não vou deixar que se pronuncie Anuncie, que se venda assim Se renuncie,remova-se,devolva-se aos excrementos talento alimento,esforço e tempo,me dedico ao extremo De dentro vem sentimento, não entretenimento Passatempo, divertimento pra encantar donzelas Não passam de nomes Passa fomes, presos a panelas Vou unindo elos paralelos Deveres velhos, critérios Prazeres sérios, sinceros Eu quero em estéreo No estúdio, no externo No estúdio um caderno Meu mundo interno Esquentando teu tempo inverno Mesclando antigo e moderno Eterno que seja o canto E que o canto seja infinito Poema despido,escrito e dito atiro o que sinto A queima roupa em produtores de moda que se resumem Não se assumem O que toca nas pistas não passa de estrumes Exibição de outra nação causa impressão Reprodução, aceitação, imposição da importação Contradição, fala vazia Dizia o que não trazia O nada que se fazia e vendia Hipocrisia escrevia Falava o que não vivia pra impressionar Por que levar o que não irá se concretizar? Discursos decorados, papéis emprestados Comprados, meus sonhos incorporados Valores interpretados Impostores fiquem calados Atores silenciados Versos copiados, colados, rasgados Reprovados, tocados Não são ouvidos, cuspidos são tão idênticos Sou presente, passado e futuro puro e autêntico [REFRÃO] Aos impostores o meu coração traz rejeição Compositores em contradição recusam ação Opositores querem diversão não transformação Trabalhadores sigam a construção da revolução Na parte de gravuras mortas, gravuras mortas Partitura de gravuras mortas, gravuras mortas Partitura de gravuras mortas, gravuras mortas Partitura de gravuras mortas, gravuras mortas Me falem quem são vocês de verdade Não tem personalidade Suas carnes em vaidade Rasgaram posturas, costuras Gravuras mortas, figuras Tortas, rasura brota Pintura sem nota no branco das partituras No vago das escrituras, retalhos Restos de espantalhos Que se espalham sobre atalhos Encerram trabalhos Dos lavradores em movimento Terras e folhas Impostores sem sentimento Calem-se, sumam daqui de uma vez por todas Ah! Já to cansado disso tudo É sempre a mesma coisa Brasileiro cantando que nem estrangeiro Meu pai e minha mãe Me fizeram homem cabra macho Nordestino até a pampa Aqui, Rapadura chique - chico Eu represento o Ceará, Lagoa Seca Não sou coadjuvante nem foto-cópia de ninguém.