De segunda a sexta a cabeça cheia Empenhando pra não morrer na miséria Mas a alma tão doente que dá pena Quero ir pro mato não lembrar problema Debaixo de uma figueira Eu tô fazendo figa Rezando pra mudar de vida Dias sem Sol, eu só quero sair Ficar aqui não dá, eu preciso ir Nadar até um novo rio Antes de chorar aprender a sorrir Não basta só rir Sou rei no reino dos tolos Abdicarei do meu trono Pra viver em um sonho Dispenso pompa e capa nos ombros Me dê sua mão E vamos dançar nos escombros Há tempestades no meu peito Eu sem guarda de chuva Sozinho pela rua Olhos nublados sem jeito Vestindo loucura Rindo na cara da cura Sem culpa de viver do meu modo Uma vida sem modos Longe do alcance dos olhos Quem fez as regras Morreu de tédio Eu quero um destino só nosso De segunda a sexta a cabeça cheia Empenhando pra não morrer na miséria Mas a alma tão doente que dá pena Quero ir pro mato não lembrar problema Debaixo de uma figueira Eu tô fazendo figa Rezando pra mudar de vida Vem a nós a vossa fé Forte a nossa força é Espero um sinal qualquer Um empurrãozinho pra não ir de ré Contrariar o revés, né Senhor, ouça os oprimidos Não vire o rosto pra não ver A tragédia como filhos Precisamos de você Mesmo quando não acredito Sei que algo bom tá escrito Eu sou menino mestiço Pisciano do olhar arredio Arteiro, criança índigo Tímido, solitário Mas nunca sozinho