Eu sou apenas um mestiço, latino-americano Viva la América! Minha história começa antes das navegações Nem tudo que contam sobre mim tem exatidão Os livros não são como álbuns de recordações Me pergunto o que eu sou pra essa multidão? Eu já existia antes de me descobrirem Como podem descobrir algo que já existia? Eu já tinha moradores antes deles virem Como podem chamar de seu algo que eles não tinham? Respeitem meus andes e toda minha amazônia Respeitem meu solo fértil, minha fauna e minha flora Me colonizaram mas eu não nasci uma colônia Me chamaram novo mundo mas eu já tinha a minha história Yo soy latinoamérica de calle 13 Na história da Europa eu fui um parênteses Aberto e minhas veias abertas quantas vezes? América, filha bastarda de espanhóis e portugueses América, independente de América América, não depende da sua América América, independente de américo Eu sou América Eu sou América América, independente de América América, não depende da sua América América, independente de américo Eu sou América Somos América Uma terra de clima quente e gente apaixonada Tratada como indigente, gente revolucionaria Latino periféricos a margem do hemisfério Ô terra maltratada, explorada, violada A terra que pariu filhos de outras mães Filhos da África que pra lá não voltaram mais Filhos de uma Europa que procurava riquezas Filhos da guerra, que nasceram procurando paz Filhos de Dandara e zumbi, do sonho de bolívar Filhos da revolução, filhos de toussaint e martí Filhos das ditaduras, torturas e mártires Filhos do exílio que viram a esperança partir Cresceram em mim, mas não se amam como irmãos Vivem aqui, mas não chamam de lar esse chão Unidos pela dor da separação Quem são vocês, filhos da ganância e da servidão? América, independente de América América, não depende da sua América América, independente de américo Eu sou América Eu sou América América, independente de América América, não depende da sua América América, independente de américo Eu sou América Somos América Eu vi o sangue que corria pela mata atlântica Quando os bandeirantes desbravaram a mata Eu vi pessoas lutarem pra não serem escravas Eu vi pessoas perderem suas terras e suas casas Os que não morreram de doença, perderam sua cultura E os que foram pra luta, não se teve mais noticia Vi os conquistadores e as dores da conquista Eu vi o fim dos impérios maia, asteca e inca Eu não me calo, falo dos mortos, dos índios Das mulheres e dos pretos que foram escravizados Falo dos pobres, dos injustiçados Sou América, lar dos poetas, guerrilheiros e exilados Não me calo, falo dos mortos, dos índios Das mulheres e dos pretos que foram escravizados Falo dos pobres, dos injustiçados Somos América, lar dos poetas, guerrilheiros e exilados